Eu era uma mãe deprimida. Me sentia muito sozinha e nada fazia muito sentido. Eu não conseguia entender o sentido de ter uma filha convulsionando tão bebezinha.
Foram três meses de internação até tê-la em meus braços definitivamente. Nada daquilo fazia sentido.
Nas noites mal dormidas, só me restava pesquisar.
Em meio a procura por algumas respostas, eu me deparei com grupos de mães. Grupo de mães determinadas que usavam a maconha (ou cannabis, cânhamo, diamba, marijuana…) para curar seus filhos, para trazer qualidade de vida, de saúde e de alegria.
Eu vi os resultados, li os relatos. Chorei com as que choravam. Comemoravamos grandes e pequenas vitórias.
E tudo começou a fazer sentido.
Fiz o que sei fazer de melhor: pesquisei. Me convenci de que o uso da cannabis para fins medicinais era exatamente o que eu precisava.
Mergulhei nesse universo. Conheci gente linda, gente estranha, gente boa e gente má.
Nos alegramos e nos decepcionamos mutuamente. E minhas madrugadas passaram a ser alegres. Me juntei com os bons. Toda essa experiência me levou a voltar a escrever, a voltar a sonhar, a voltar a viver e ter a certeza de que havia um fio de esperança para todos nós. Sentíamos que o futuro poderia ser florido, colorido e iluminado.
De uma mãe atípica triste, me transformei na mãe atípica escritora, professora, tradutora, pesquisadora, influenciadora digital, esposa e filha única dedicada ao bem estar de todos.
E imaginem que todos nessa família se beneficiam do uso medicinal de uma santa erva com muita responsabilidade e que trouxe a paz que eu precisava.
Finalmente, nasceu nosso instituto, primeiro no coração, depois nos pensamentos. Foi tomando forma no papel, nos documentos e nas assinaturas que iam e vinham pelos correios com envelopes cheios de fé, de certezas e de gratidão.
Amadurecemos. Chegou o tempo da colheita dos bons frutos, da esperança verdadeira, concreta e objetiva.
É tempo de união, de cura, de bem-estar e de vida em abundância. Tempo de amor e de perseverança.
Porque está escrito: Tudo tem o seu tempo determinado, e todo propósito debaixo do céu tem o seu tempo. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou. (Eclesiaste 3: 1,2).
Então, chegou o nosso tempo. Seja muito bem-vindo “Instituto Oficinalis” e um brinde a todos nós que germinam as sementes do fruto da esperança e da sabedoria.
Viva todos nós! Viva o futuro! Um brinde a vida, à ciência e à cannabis! E uma salva de palmas ao Instituto Oficinalis!!!
Autora: Lilian Silva de Magalhães | @lilikmagal | Professora, Tradutora, Escritora, Palestrante, Pesquisadora, Influenciadora, Esposa e mãe de Rafa.
